O TEMPO E A CONSCIÊNCIA

“O amanhã não é um movimento no tempo.

O amanhã é um movimento na consciência.”

 

Apesar da chamada grande imprensa não ajudar, a população brasileira adquiriu uma sofisticada consciência política. As impressionantes manifestações populares domingueiras reiteram que a bandeira brasileira, ao som dos bordões coloquiais, jamais será vermelha. A mensagem, ainda que simbólica, não poderia ser mais clara.

Os termos “esquerda” e “marxismo”, antigamente festejados por doutrinadores espúrios que nunca geraram meia-dúzia de postos de trabalho, geram asco aos olhos da população. Juntamente com os regimes fraticidas, sucumbiram o materialismo positivista e as ideologias políticas que tentaram ocupar o espaço da transcendência. Talvez a patologia moral sempre estivesse presente na vermelhidão materialista dos regimes canhotos, mas a consciência do diagnóstico demandou longo sofrimento, escândalos de corrupção na casa dos bilhões, violência urbana, mortes em filas de hospitais e descaso com a moralidade mais basilar.

A ilusão de uma “esquerda-limpinha” ou de um suposto “materialismo-edificante” ruiu como o impacto de um tsunami num castelo de cartas. A utopia fora desmascarada à exaustão e aos citados bilhões desviados do erário público por saqueadores populistas. Vivenciamos uma espécie de esquizofrenia ideológica que se descola da objetiva realidade, mas acredito que o pior tenha passado.

“Lobotomizados e lobotomizadores” mitigam a importância das manifestações populares, seja pela omissão da notícia, seja pelo desvirtuamento das pautas, seja pela incorreta adjetivação dos movimentos como “governistas”. Se não me é dado saber as reais intenções daqueles que distorcem a verdade, é-me possível, ao menos desconfiar. E desconfio veementemente que as intenções estejam muito distantes do bom, do belo e do verdadeiro.

Os fatos detêm uma obviedade de clareza solar. O povo segue nas ruas desde 2013 e continua neste 2019, com pautas sofisticadas e específicas, uma delas destinadas ao apoio ao magistrado-ministro Sérgio Moro, rosto-símbolo do combate à corrupção e legítimo representante da população que conserva a moral e os bons costumes em sua prática cotidiana.

A pergunta que não cala: a quem interessa boicotar a Operação Lava Jato? A resposta não poderia ser mais óbvia e circundam os espiritualmente degradados, que elevaram as mazelas do estadismo rubro a patamares indecentes e desviaram cifras bilionárias da originária e nobre finalidade assistencial. Dentre inúmeras demandas, noto um recado comum aos tiranos de plantão: deixe-nos viver em paz!

Evidentemente, não se tratam de manifestações governamentais, como distorcem alguns, mas sim de manifestações populares em apoio a certas pautas também advogadas pelo atual governo. É bem diferente. Bonecos gigantes foram inflados, tanto os enaltecedores de figuras idôneas, como as que revelam uma nova consciência da população em relação aos espíritos ainda perdidos nas sombras da imoralidade e travestidos de autoridades. Aos meus olhos, penso que as rançosas raposas de moral carcomida não mais enganem nem mesmo suas narcísicas imagens refletidas no próprio espelho.

A embolorada “vermelhidão-pop” imposta por lavadores-de-cérebros passou a ser abertamente repudiada pela população. As ratazanas foram acuadas, os fantasmas finalmente foram exorcizados, ainda que apenas parcialmente, e os ventos oxigenados do direito à própria opinião sopram em nossa querida Terra de Santa Cruz. O culto à degradação moral nas artes e nas escolas, defendida por déspotas imorais e suas ideologias materializadas foi devidamente colocado no território da indesejada obscenidade, de onde jamais deveria ter sido retirado.

O desespero dos que foram desmascarados pela quadrilha aprisionada, e dos iludidos que passaram uma vida inteira defendendo enganosas utopias, finalmente emergiu. As máscaras caíram e nunca foi tão fácil separar o joio do trigo, o materialismo da transcendência, o errado do certo, enfim, o escárnio populista do altruísmo verdadeiro. Permitam-me um linguajar ainda mais simbólico: separamos as trevas da luz.

De fato, o novo tempo não se mede pelo calendário, mas sim pelo nível de lucidez de um povo. A nação do futuro passou a brilhar no presente, pois adquirimos uma nova consciência. Ouso concluir que vivemos a aurora de uma renovada era onde a verdade dos fatos dispensará lentes ideológicas e os tiranos deixar-nos-ão viver em paz, pois demos início ao desmascaramento dos regimes ditatoriais. Ouso ainda prever que não haverá espaço para tais déspotas, motivo pelo qual terão cada vez menos voz, seja na política ou no seio de nossas famílias. Serão vistos como doentes morais, dignos de nossa piedade, mormente diante da implacável lei transcendente de causa-e-efeito.

Não mais aceitamos intromissões em nossas famílias, em nossos lares e em nosso espaço privado. Tampouco aceitamos a imoralidade em nosso espaço público. A maravilhosa nação brasileira acordou; a pátria acolhedora de filhos tão diversos finalmente reconheceu sua identidade. Somos um povo pacífico, mas sim, reagimos ao nefasto despotismo e, se necessário, com o devido vigor. Estamos atentos para repudiarmos vigorosamente a maldade, mas conservamos nossos valores morais focados no bem, no altruísmo que não faz cortesia com o chapéu alheio, nas trocas voluntárias que chamamos de livre-mercado, no reconhecimento meritório e em incontáveis virtudes enobrecedoras.

Eis a boa nova verde e amarela. Eis a nova consciência.

 

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