A dimensão espiritual do coronavírus

A humanidade encontra vicissitudes em desafios históricos que, apesar de suas particularidades e contextos diferentes, mantêm certas similaridades com a pandemia atual, a saber:

1918: Gripe espanhola.

1957: Gripe asiática.

1968: Gripe de Hong Kong

1981: Aids.

2009: Gripe suína.

2013: Ebola.

2015: Zika vírus.

2020: Coronavírus, polemicamente chamada de “gripe chinesa”.

Diante das dificuldades individuais e desafios sociais decorrentes de todo momento de apreensão coletiva, não basta tratarmos somente do físico, eis que nossa saúde depende de uma higiene em diversas outras dimensões, a saber:

  1. Física.
  2. Energética ou fluídica.
  3. Emocional.
  4. Mental.
  5. Espiritual.

Enfim, minha proposta é advogar uma atuação “holossomática” (em todos os corpos ou “somas”, da raiz grega sôma), vale dizer, em todos os veículos de manifestação de nosso espírito (alma, self, essência, consciência, testemunha, enfim, como queiram nominar). Vejamos cada uma dessas dimensões:

 

  1. Dimensão física

Obviamente, devemos atentar para a saúde física de forma triplicada. Face à massificada divulgação midiática dos cuidados físicos, permito-me apenas ecoá-los de forma genérica e partir para a dimensão energética.

 

  1. Dimensão energética ou fluídica

Desde a antiguidade, existem tradições de pensamento onde se destacam a relação entre a saúde e os fluxos energéticos ou meridianos (como são conhecidos na acupuntura). Trata-se de uma questão polêmica para alguns e tranquila para outros. O fato inegável é que várias correntes de estudos transcendentes firmaram tratamentos com base nestes fluxos de matéria mais sutil, através de tratamentos por ferramentas consideradas exóticas pelos doutores da Medicina ocidental. São elas: Acupuntura, Homeopatia, Florais, Shiatsu, Digitopressura, Do-in, imposição de mãos e até mesmo certas artes marciais, como o tai chi chuan etc.

O estudo da sinonímia encontra, neste território, interessante correlato entre várias tradições de sabedoria, a saber:

  1. Tibetanos: Corpo bardo.
  2. Rosacrucianos: Corpo vital.
  3. Espíritas: Períspirito
  4. Conscienciólogos: Energossoma ou holochacra.
  5. Racionalistas cristãos: Aura ou corpo fluídico.

Diversas outras respeitáveis tradições também nominam esse invólucro vibratório, vaporoso e envolvente da nossa estrutura mais densa, que conhecemos como nosso corpo material. Dentre outros nomes, também conhecemos corpo etérico, prânico, bioplásmico, duplo etérico etc. O nome é o que menos importa, pois, o foco está na veracidade ou não do conceito.

A Medicina Tradicional Chinesa tem mais familiaridade neste estudo, ficando a Medicina Ocidental mais focada nas pesquisas das intervenções no corpo material mais denso (corpo físico). Sob a minha óptica pessoal, a possibilidade destes fluxos energéticos, fluídos ou meridianos (como queiram designar) serem essenciais para nossa saúde é uma hipótese perfeitamente razoável e digna de investigação aprofundada pelos doutores da nossa medicina ocidental.

 

  1. Dimensão emocional

O território emocional é mais aceito, sem tantas polêmicas. Embora seja difícil uma prova empírica conclusiva, a maioria os doutores da medicina ocidental entendem que os excessos emocionais, como nervosismo ou estresse acentuado (dimensão emocional) pode gerar doenças como gastrites ou outros desequilíbrios corpóreos. Disso à medicina psicossomática, basta um suspiro.

Muitos doutores não compreendem os mecanismos e as conexões que geram tais efeitos conectivos entre desequilíbrios emocionais e doenças físicas (pois desconhecem a atuação do corpo fluídico), mas já aceitam que tais ligações existem “de alguma forma”. Parece-me um bom avanço.

Nesta seara, também nos é interessante notar o estudo da sinonímia, onde várias tradições de sabedoria, algumas milenares, delegam nomenclaturas bastante simbólicas e sugestivas. Sejam essas tradições filosóficas, sejam elas religiosas, esotéricas ou científicas, julgo todas elas, dignas de contextualização respeitosa e de nossas reflexões mais aprofundadas, a saber:

  1. Pitágoras: carne sutil da alma.
  2. Platão: carro sutil da alma.
  3. Aristóteles: corpo sutil.
  4. Neoplatônicos da Escola de Alexandria: astroeidê
  5. Esoterismo: corpo astral ou corpo dos desejos.
  6. Apaches: corpo viajante.
  7. Rosacrucianos: corpo vital.
  8. Tradições gregas: eidolon.
  9. Budismo esotérico: Kama-rupa.
  10. Parapsicologia: segundo corpo.
  11. Raja Ioga: suckshuma upadhi.

 

  1. Dimensão mental

Finalmente, no aspecto mental e toda a força determinante e vibracional de nossa mente, defendo a influência profunda e intensa de nossos pensamentos em nossa saúde emocional, energética e física, nos moldes muito bem estudados pela vertente Racionalista Cristã.

Assim, a poderosa ferramenta mental atua como uma locomotiva dos demais veículos de manifestação de nosso espírito, alma, self ou consciência, como queiram denominar nossa essência e partícula da Inteligência Universal, enquanto seres em evolução.

Em palavras mais simples, julgo vital para nossa saúde a qualidade de nossos pensamentos, cujas vibrações sadias influenciarão positivamente para a manutenção de bons sentimentos e boas ações. Em suma, teremos um equilíbrio vibracional entre pensamentos, sentimentos e corpo físico, numa higiene completa, não somente da fundamental higiene física, mas também da emocional e da mental.

 

  1. Dimensão espiritual

Por derradeiro, nosso espírito é o agente volitivo e condutor de nosso pensamento. Aqui devo enfatizar nossas escolhas e nosso livre-arbítrio. É fato que escolhemos nossos pensamentos, ou seja, nossas sintonias vibracionais. A pergunta é: escolhemos bem? Decidimos pelo estudo ou pela boate? Música clássica ou funk? Caminhadas ou caipirinhas? Livros edificantes ou literatura de baixa qualidade?

Importante lembrar que não se trata, absolutamente, de condenações a essa ou aquela escolha, mas simplesmente lembrar que todo efeito advém de uma causa de mesma sintonia vibracional. Vale dizer, a depender de nossas escolhas, pensaremos, sentiremos e agiremos desta ou daquela maneira. Em outras palavras, nossa postura mental importa, e muito!

Enfim, a ideia é que tripliquemos nossos cuidados com a higiene física neste período de pandemia. Todavia, lembremos também de nossa saúde energética, emocional, mental e – por que não dizer? – espiritual. Exercitemos nossa reconexão com a solidariedade, a fraternidade, a sadia interiorização, o autoconhecimento e os valores morais edificantes que nos distanciem da barbárie. Sem receio da pieguice, sugiro descobrirmos o real sentido da palavra amor.

Na vibração da palavra amor, devemos adicionar a busca pela verdade. Só evitaremos os próximos surtos e preveniremos futuras mortes se investigarmos e falarmos abertamente que a origem desse problema, muito provavelmente, esteja na deficiência sanitária dos mercados de alimentos exóticos chineses e na procrastinação da comunicação do problema, ao menos segundo algumas reportagens investigativas[1].

É exatamente com essa conexão entre verdade e amor, que teremos chance de uma eficaz profilaxia do problema. Somente a verdade levar-nos-á em direção ao correto diagnóstico e suas causas, jamais com o intuito desrespeitoso aos nossos irmãos chineses, mas sim para evitarmos a reiteração dos mesmos erros e salvarmos vidas de todas as nacionalidades, inclusive a dos nossos companheiros evolutivos de nacionalidade chinesa.

Concluo com um pensamento supostamente simplista, mas na realidade bastante profundo, atribuído ao notável físico Albert Einstein:

A vida é como jogar uma bola na parede.

Se for jogada uma bola azul, voltará azul;

Se for jogada uma bola verde, voltará verde;

Se for jogada fraca, voltará fraca;

Se for jogada com força, voltará forte.

Por isso, nunca jogue uma bola que

não estejas pronto a recebê-la.

A vida não dá nem empresta;

Não se comove nem se apieda.

Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir

aquilo que nós lhe oferecemos.

 

 

[1] https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51369300