O TRIUNFO DA INSENSATEZ

Tive o desprazer de ler uma matéria da Folha de SP, um “jornaleco”, na opinião de Olavo de Carvalho, repleto de fanáticos avermelhados e asseclas do petismo e do psolismo. Olavo estaria equivocado?

A matéria intitulada “Violência anti-intelectual da classe média sustenta Bolsonaro” não passa de uma sopa de letras de compreensão improvável pelos supostos “anti-intelectuais”. Seria isso a prova de nossa “anti-intelectualidade”? E mais, os integrantes dessa suposta “classe média anti-intelectual” seriam violentos?

A arrogância está flagrante em todo o artigo, pois está repleto de subterfúgios linguísticos para passar a ideia de que o governo Bolsonaro seria “tribal”, com um bando de símios em busca de benesses governamentais. Claro, os únicos pensantes seriam os “gênios intelectualizados” lulistas, petistas ou psolistas.

A soberba continua ao induzir a conclusão de que os intelectuais se limitam aos companheiros festivos e os anti-intelectuais os que discordam deles. Aliás, lembro que essa mesma classe média também trabalha e faz parte dos que pagaram a conta da corrupção petista. Ah… petismo! Ideologia tão amada por uma legião de seguidores doutrinados, estes sim, muito próximos de serem ideologicamente fanatizados.

O confuso texto usa estereótipos com “macho, branco, sujeito homem, classe média, novo rico”, além de constar ao lado do termo “heterossexual” o adjetivo “semiletrado”. Após isso, continua com a expressão “perfil masculino” e “opressores”. Preciso continuar?

O texto obviamente tendencioso também usa o termo “radicalidade” de forma totalmente inapropriada, pois confunde opiniões claras e objetivas com radicalismo intolerante.

Seria a tão combatida “radicalidade” indesejável a um sujeito radicalmente honesto? Não devemos confundir a virtude com o radicalismo. Entre a virtude e o vício não está o meio-termo, mas sim a incompletude.

O equilíbrio opinativo anti-radicalismo está na reflexão serena e imparcial sobre os fatos e a realidade como ela se apresenta, jamais na forçosa adequação dos fatos nas teorias utópicas dos jornalistas.

Questiono a honestidade intelectual do texto, pois notei uma certa habilidade retórica em não dizer exata e literalmente o que transmite nas entrelinhas. Lembro que existe espaço para a subjetividade e a relatividade, mas nem tudo é relativo ou subjetivo. O jornalismo brasileiro merece mais realidade e objetividade, a fim de evitar o triunfo das opiniões insensatas, fanatizadas, parciais e, estas sim, radicais.

Fonte:
http://bit.ly/2SSVYhe