MUNDANO, DEMASIADAMENTE MUNDANO

O embaixador brasileiro Ernesto Araújo adjetivou de ilegítimo o novo mandato presidencial do ditador Nicolás Maduro. Todavia, diante da obviedade da tirania venezuelana, a questão mais profunda desafia o esclarecimento dos motivos que levaram parte da população brasileira adorarem tonalidades políticas avermelhadas e validarem regimes despóticos.

Qual o tamanho da ignorância e do fanatismo ideológico socialista? A resposta parece-me óbvia: algo entre o grande e o gigantesco. Do universo político para o psicológico, cabe-nos outra pergunta menos evidente: por que jovens bem nutridos e com uma educação próxima do razoável transformam-se em lacaios da vermelhidão sócio-comunista?

Neste momento, a superficialidade perde espaço. As mazelas humanas, demasiadamente humanas, parecem não tolerar o vazio existencial provocado pela desconsideração dos aspectos existenciais transcendentes. Assim, uma população aleijada da transcendência buscará outra jurisdição para depositar uma esperança de conquistar suas aspirações hedonistas: o Estado.

Minha hipótese considera que esse deslocamento espúrio da legítima transcendência humana para setores políticos materialistas e mundanos, demasiadamente mundanos, seja uma das bases ou até mesmo a coluna vertebral do fanatismo político rubro.