– Eu te salvei e te respeitei. Por que me picaste? Perguntou o bom samaritano.
– É a minha natureza? Respondeu a serpente.
Existem variações de contos, mitos e muitas histórias cuja lição está na observação da natureza de cada indivíduo. Ajudar leões ou elefantes e não compactuarmos com a cruel matança destas interessantes espécies é edificante, mas dormir com estes animais (no sentido de negar suas respectivas naturezas) é fatal negligência. No universo político, integrar opositores mostra flagrante desconhecimento do ninho de interesses ofídicos na disputa pelo poder.
O Ministro da Justiça Sérgio Moro nomeou Ilona Szabó como suplente do Conselho de Nacional de Politica Criminal e Penitenciária. O cargo não é deliberativo e o argumento de muitos vai no sentido de uma suposta estratégia para calar o chororô da esquerda brasileira. Discordo. Os comunistas e socialistas jamais se calarão pela lógica ou pela racionalidade do argumento, pois eles nunca disputaram a verdade, mas apenas o poder, seja pela via retórica ou pela narrativa utópica da moda.
Compreender isso é doloroso e pode custar alguns momentos de melancolia, mas a observação da realidade nua e crua não nos deixa outra alternativa. O cenário político nunca foi tão óbvio. Vamos aos fatos.
No mesmo dia da mencionada nomeação, circularam nas mídias sociais fotos de Szabó em pose festiva ao lado de Geoge Soros e o psdbista Fernando Henrique Cardoso. De fato, os tempos mudaram e o povo está altamente politizado e atento a tudo. Estaria Moro dando guarida ao inimigo político?
Diante do ensinamento contido no diálogo fictício do início deste artigo, entre um bom samaritano e uma serpente, podemos e devemos analisar se tal decisão fora estratégica, inocente ou fruto de um ranço comum entre a esmagadora maioria dos juízes e funcionários públicos: o esquerdismo.
Ilona Szabó de Carvalho é diretora executiva do Instituto Igarapé. Numa rápida pesquisa na internet, observei que Szabó é contra a redução da maioridade penal, a favor da liberação das drogas e do desencarceramento, além de crítica do decreto de Bolsonaro sobre a posse de armas. Colunista da Folha de São Paulo e figura prestigiada pela Globo News, também foi co-roteirista do documentário Quebrando Tabu, fomentando o debate em torno da descriminalização das drogas, com depoimentos de Fernando Henrique Cardoso, Bill Clinton e Jimmy Carter. A nomeada de Moro também mantém posição contrária ao Escola sem Partido e chamou de “populistas” algumas das principais promessas de campanha de Jair Bolsonaro. Em suma, Szabó adota a linha política nitidamente esquerdista.
O resultado era previsível e a #IlonaNão ficou em primeiro lugar nas redes sociais. Algumas mídias e muitos jornalistas rubros compreenderam a hashtagcomo histeria. Eu prefiro classificar a ação como uma consequência lógica e natural da lei de causa-e-efeito. Sem emitir juízo de valor, os fatos falam por si e suas decorrências foram evidentes, naturais e previsíveis.
Diante do relato destes fatos políticos, considero-me na obrigação de compartilhar minha opinião pessoal. Julguei inoportuna a nomeação, pois acolheu uma possível informante estratégica dos opositores. O Brasil se posicionou claramente nas urnas e não atura mais ações políticas dúbias, ainda que supostamente estratégicas. Queremos posicionamento claro e assertividade, ponto final. Pessoalmente sou contra as pautas defendidas pela Ilona Szabó. Por derradeiro, deixo registrada minha posição no tocante à nomeação: jo soy contra.
Fontes:
O Antagonista – Nomeação Szabó
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