EDUCAÇÃO PSDBISTA E PETISTA NA PADARIA

Ontem, fui a uma padaria com minha esposa. O estabelecimento ocupa local nobre da cidade e detém uma moderna estrutura computadorizada. Sem glamour algum, pedimos os tradicionais sucos e sanduíches, enfim, queríamos uma refeição rápida.

O jovem atendente, aparentemente na casa dos 20 anos, memorizou os pedidos e distanciou-se confiante, portando um simpático sorriso no rosto e uma bandana-fashion na testa.

Após um tempo acima do razoável, chegou nosso suco. Estava errado. Informei o equívoco delicadamente, o jovem desculpou-se com polidez e foi buscar o solicitado inicialmente.

Após um longo tempo chegou o lanche de minha esposa. Estava errado. Minha companheira agiu com a costumeira cortesia e decidiu não solicitar a troca do pedido para não constranger o atendente.

Após outro longo espaço temporal, meu pedido chegou. Neste meio tempo solicitamos mais dois pães cortados ao meio. O primeiro pãozinho veio inteiro e pedimos novamente para cortar ao meio. O segundo veio cortado em pequenas fatias. Resultado: minha esposa e eu não resistimos e rimos discreta e conjuntamente.

Ao final, chegou a conta. Estava errada. Um último detalhe cômico: a padaria estava vazia, ou seja, não havia fatores de estresse ou trabalho excessivo.

Pois bem… desnecessário dizer que não porto a intenção de revelar o nome do estabelecimento, muito menos prejudicar o emprego do jovem e bem-intencionado rapaz. Meu intento é compreender os porquês mais profundos episódios destes episódios tão comuns na atualidade.

Tenho notado que tal incapacidade é traço corriqueiro da vida cotidiana e invade todos os setores produtivos. Alguns amigos, dentre empresários e pensadores, chamam o fenômeno de “apagão de mão de obra”. Parece-me existir uma geração de jovens, em especial os oriundos de escolas públicas, que desejam acertar desesperadamente, mas infelizmente são incapazes de executar orientações ou solicitações básicas.

De onde viria a flagrante incapacidade funcional destes esforçados trabalhadores? Pondero a hipótese que tal limitação originar-se da degradação de nossa educação e dos costumes, além da banalização da importância da família.

Sofreríamos as consequências dos questionáveis métodos educacionais moderninhos ou freirianos? Seríamos vítimas dos populistas psdbistas e petistas que geriram nossa educação nas últimas décadas? Evoluímos ou regredimos ao abandonar a velha decoreba das tabuadas e as cartilhas tradicionais?

O carnavalesco construtivismo parece estar de ressaca depois da festa. A boa e velha disciplina ordeira e as cartilhas tradicionais de ensino pareciam inferiores e ultrapassadas, mas na prática, nocautearam as teorias supostamente revolucionárias e os experimentos utópicos. Enfim, porto a nítida impressão que as falácias sócio-construtivistas ou modismos no estilo sócio-qualquer-coisa são meras ilusões nascidas da retórica populista.

Muitos ingênuos acreditaram nestas utopias. Na vida real, constatamos que todas essas teorias avermelhadas, “progressistas” e festivas falharam miseravelmente na entrega dos resultados prometidos.

O badalado programa da aprovação automática sucumbiu diante da implacável realidade exposta em tantas situações análogas à minha singela experiência na padaria. As lamentáveis doutrinações políticas, a inverídica ideologia de gênero, os espetáculos enaltecedores de movimentos pélvicos e outras imaturidades existenciais invadiram nossas escolas e ocuparam preciosos espaços das boas e velhas aulas de gramática, matemática, literatura etc.

Eventuais correções de erros gramaticais na fala ou escrita foi rotulado de “preconceito linguístico”. O circo dos horrores foi montado sob a máscara do politicamente correto e de pautas cobertas de purpurina.

Por derradeiro, a lei de causa e efeito, como sempre, impôs a verdade nua e crua às teorias da moda promulgadas pelos sofisticados “inteligentinhos” e teóricos de plantão. Talvez minha hipótese não passe de mera teoria de um “tiozão” jurássico, com hábitos caretas em torno da educação de excelência e vestimentas obsoletas. Seria eu um chato conservador? Possivelmente. Todavia, vamos ao que interessa: minha análise estaria equivocada?